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terça-feira, 9 de março de 2010

Caldeirão de culturas

Caldeirão de culturas

As tradições juninas foram influenciadas por várias contribuições culturais. Se as festas têm origem na devoção a Santo Antônio, São Pedro e São João conforme os moldes portugueses e se boa parte das danças, tais como a quadrilhas, são inspiradas em bailes rurais da França do século XVIII, que desembarcaram com a família real portuguesa em 1808, a culinária é tipicamente indígena, com comidas à base de milho -espigas cozidas, pamonha, canjica e bolo de fubá -, mandioca, batata-doce e coco.


Quitutes típicos juninos

Origem e curiosidades da culinária junina

As festas juninas originam-se das festas pagãs da Antiguidade que comemoravam o solstício de verão (em junho) e a fartura das colheitas. No Brasil, esta época coincide com a colheita do milho, o que explica porque boa parte da culinária junina é derivada desse cereal.

O curioso é que os índios brasileiros não costumavam usar o milho como alimento, dando mais importância à mandioca e ao aipim. Foram os portugueses e os africanos que inseriram alimentos derivados do milho na culinária nacional.

Um dos mais famosos pratos juninos derivados do milho é a canjica. Essa era a sobremesa preferida após o jantar ou a ceia na época da chegada da corte portuguesa ao Brasil, no século XIX. Era comum encontrar canjica temperada com canela na mesa da população da cidade do Rio de Janeiro, então capital. Quanto à origem do nome “canjica”, pesquisadores se dividem em duas hipóteses. Alguns afirmam que sua origem remonta à África, sendo originalmente chamada de kanjika, palavra do quimbundo africano, língua falada pela tribos dos bantos de Angola. Outros pesquisadores afirmam que o nome canjica vem de Kanji, expressão malaiala (língua de Malabar, na Ásia) que significa “arroz com água”.

Os portugueses também foram responsáveis por introduzir o cuscuz na culinária brasileira. A iguaria surgiu na África Setentrional e era chamado de kuz-kuz ou alcuzcuz. Originalmente, os mouros faziam o prato com arroz ou sorgo, porém se espalhou pelo mundo a partir do século XVI quando começou a ser preparado com o milho que era trazido da América. O cuscuz era presença constante no período colonial brasileiro na mesa das famílias mais pobres, além de ser base da alimentação dos negros escravos.
A pamonha é outro quitute junino originado do milho. A massa é comumente feita com milho verde ralado, leite e sal ou açúcar. A característica mais interessante é que a massa é “embrulhada” na própria casca do milho e assim são cozidas até ficarem firmes e macias. O nome “pamonha” vem do tupi “pa’muña”, que significa “pegajoso”.
A paçoca, preparada com amendoim, farinha de mandioca ou de milho, açúcar e sal, é uma guloseima muito consumida neste período. A origem da paçoca remonta ao período do Brasil-Colônia, mas há relatos de que o hábito de misturar a farinha de mandioca a outros ingredientes era comum entre os nativos das Américas, bem antes da chegada do colonizador europeu.
O bolo e o doce de batata-doce também são bem populares. A batata-doce foi um dos alimentos vegetais dos aborígines brasileiros que os colonizadores encontraram, provaram e gostaram. É um tubérculo muito usado no Nordeste na alimentação do dia-a-dia.
Uma brincadeira bastante comum no interior é a do bolo de prendas. Consiste em “rechear” um bolo com várias prendas, todas embrulhadas em papel alumínio e espalhadas na massa crua, sendo a aliança para “casar”, o dedal para ficar “titia” e a moeda para “enriquecer”.

André G. Bovolini nº02 -7G

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